57 TONS DE BRASÍLIA

Por Paloma C. Mamede - 24/04/2017


Foto: Croquis Niemeyer

Brasília que festeja quando perde direitos.

Que muda de cor com as estações... Que faz aniversário rosada. Que às vezes dá bom dia, outras vezes não.  Que acorda cedinho e também acorda ao meio dia.  Brasília, Brasil-Ilha. Ilha de quadradinho com Mar Paranoá. Brasília que Para no Ar.

Brasília com tantos espaços, e tantas vezes me perguntei porquê não existe um bosque entre a rodoviária e o congresso... Ahhhh, mas cada espaço significa e diz... Diz no não dito mesmo. Diz as soberanias. Observo o Museu, a Biblioteca Nacional, o Teatro (a pirâmide do cerrado).

Essa Brasília que em cada nuance diz um universo inteiro. Brasília que já sofreu ditaduras, mas que esqueceu. Brasília que faz tantas homenagens em seguida, mas que em um segundo esquece tudo. Brasília de Niemeyer, de Lúcio Costa, minha, sua.

Brasília branca, amarela, rosada. Brasília-linda-Ipê.

Brasília que às vezes se importa, é doce e carente... E às vezes é indiferente. Brasília que esquece de ir à luta, e às vezes luta com coração ardente. Brasília da viçosa, Brasília-pastel.

Brasília torre de TV, torre Digital. Brasília que dá ao Congresso tanto reino que os ministérios constituem as muralhas do castelo. Brasília polida, outrora até ignorante.

Brasília indecisa que chove, faz sol, venta, brinca com a poeira tudo isso em um só dia. Brasília candanga que morre e ressuscita em todo fim de tarde, pôr-do-sol.

Brasília querida, vai lá conquista esse Congresso de vez, e é com amor que se faz revolução, não é com dor, nem desvalia masoquista. Vai com amor Brasília! Com amor nas esquinas, amor de pão de queijo, de sonho de padaria. Vai com amor cana-de-açúcar. Com amor de todos os regionalismos em um só lugar.

Vai Brasília inteirinha pelo balão, pela tesourinha. Vai pelo entorno, pela ponte JK.

 

Vai com 57 tons de amor onde for ...

  • Compartilhe:
  • @