Brasília e sua história

Por Tamires Americo - 16/01/2020


Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal

Sua origem

Nascida da ideia de centralização da capital do país, Brasília, a atual capital do país teve suas primeiras menções em meados do século XVIII. essa vinda ou de Marquês do Pombal ou de seu cartógrafo em serviço, Francesco Tosi Colombina.

Mais tarde, a ideia veio a ser outra vez idealizada pelos Inconfidentes, com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808, a ideia foi fortalecida.

A escolha do nome

Brasília teve seu nome sugerido como escolha para a nova cidade em um impresso sem autoria espalhado em 1822, e foi desde aí que constantes planos surgiram promovendo a interiorização.

Em 1891 foi nomeada a primeira constituição da república, que decretou integralmente o território onde viria a ser instalada a futura capital do Brasil, porém apenas em 1956, junto da nomeação de Juscelino Kubitschek como presidente, que a construção da futura capital teria início concreto.

Brasília foi inaugurada ainda antes de completa em 21 de abril de 1960 após um curtíssimo cronograma de ofício, acompanhando um projeto urbanístico de Lúcio Costa, com auxílio arquitetônico de Oscar Niemeyer.

As mais importantes das construções, como a grande catedral e os ilustres palácios , tiveram base estrutural desenvolvidas pelo engenheiro Joaquim Cardoso.

Centro político do Brasil

Partindo da data de sua inauguração, teve-se início a transição das principais estruturas da gestão federal  para a recém nomeada capital, e logo no começo dos anos 70 estava funcionando plenamente.

Mesmo tendo um curto tempo de vida, Brasília, como a capital nacional, foi espectadora de uma cadeia de acontecimentos de relativa importância, sendo palco de manifestações populares grandiosas.

Brasília foi construída para que, nos anos 2000, pudesse receber quinhentos mil habitantes, mas segundo dados do IBGE, nesta mesma data a capital comportava 2,05 milhões, 1,96 milhões morando na área urbana da cidade e por volta de 90 mil vivendo na área rural da capital.

Este fato nada mais é que um dos muitos outros que temperam a existência da grande capital do Brasil.

Vinda da ideia de ser um modelo de estruturação e competência, como uma sugestão de moderna e otimista de vida, que teria de ser um exemplo de convívio equilibrado e adaptado entre todas as esferas sociais,

 A capital suportou na execução complexas distorções e ajustes em sua mais primitiva proposta idealista, desta forma autorizando um explosivo e descontrolado crescimento, dividindo as classes baixas para as periferias e promovendo o Plano Piloto para utilização e moradia das elites.

Mesmo que sua composição urbana não tenha se mostrado tão receptiva para um conjunto social repentino e familiar como havia imaginado seus idealizadores, ao menos para os recém chegados habitantes, que já haviam costume com diferentes tradições.

A sua construção

Foi durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek ,assumido em 1956, que a concretização do plano de mudança ocorreu, porém até mesmo no ano passado, ele já afirmava sua ideia de aplicar o que determinava o decreto constitucional.

Em 1956, no dia 15 de março, que o presidente Kubitschek formou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital ( Novacap ). Israel Pinheiro foi o engenheiro apontado como chefe da companhia, Oscar Niemeyer por sua vez foi nomeado diretor técnico, logo em seguida, Oscar iniciou a criação de projetos para os novos edifícios, tais como o Palácio da Alvorada, o Brasília Palace Hotel e o Catetinho.

Oscar Niemeyer também foi quem organizou a disputa pela geração do projeto urbanístico do centro da cidade, o famoso Plano Piloto. No dia 19 de setembro do mesmo ano, a Novacap foi transformada em lei, foi quando também  se definia o nome da cidade Brasília.

Alguns dias depois, em 2 de outubro, Juscelino Kubitschek fez uma passagem pelo território, onde executou um grandioso discurso: "Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino". Pouco tempo tempos, as obras de terraplanagem já se iniciavam.

Aproximadamente 1 ano depois, no dia 12 de março de 1957, as escolhas das propostas no Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, tiveram início, 4 dias depois, no dia 16 de, apresentava-se oficialmente como ganhadora, em uma votação unânime, o projeto de Lúcio Costa.

A composição do júri dispunha de Israel Pinheiro, presidente sem direito a voto;Oscar Niemeyer, representante da Novacap; Luiz Hildebrando Horta Barbosa, em nome do Clube da Engenharia; Paulo Antunes Ribeiro, do Instituto dos Arquitetos do Brasil; William Holford, Universidade de Londres; André Sive, conselheiro do Ministério da Reconstrução da França e professor de urbanismo em Paris e Stamo Papadaki, escolhido da Universidade de Nova Iorque.

Entretanto, logo de início a competição recebeu críticas. Grandes figuras do momento como Marcos Konder, que foi invitado por Oscar Niemeyer, e se recusava a fazer parte, argumentando que o calendário era muito curto e o edital demasiadamente irregular. Outros concorrentes também alegaram grande desagrado

O próprio até então presidente da IAB, Paulo Ribeiro, disse ter sido deixado à parte da escolha, se retirando sem assinar o relatório final, votado separadamente.

Brasília e seu plano urbanístico. desigual a outros formados para municípios já existentes, teve seu todo já formulado desde o começo. O próprio relatório do Plano Piloto de Brasília de Costa já expressava as suas intenções ao dizer que: 

"Brasília deve ser concebida não como um simples organismo capaz de preencher satisfatoriamente, sem esforço, as funções vitais próprias de uma cidade moderna qualquer, não apenas como urbs, mas como civitas, possuidora dos atributos inerentes a uma Capital. E, para tanto, a condição primeira é achar-se o urbanista imbuído de uma certa dignidade e nobreza de intenção, porquanto dessa atitude fundamental decorrem a ordenação e o senso de convivência e medida capazes de conferir ao conjunto projetado o desejado caráter monumental. Monumental não no sentido de ostentação, mas no sentido da expressão palpável, por assim dizer, consciente, daquilo que vale e significa... Nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz" 

O custo de Brasília

Brasília correspondeu a enormes fortunas dos cofres públicos, nunca exatamente calculada, o que muito provavelmente teve impacto direto nas crises financeiras nacionais dos respectivos anos após sua criação.

O projeto inicial foi barrado por muitos, visto por muitos como uma grande imprudência, porém fortemente defendida por outros muitos que a viam como um retorno visionário e poderoso ao obstáculo da modernização da vida brasileira.

A criação de Brasília impactou com grande relevância na inclusão do Centro-Oeste ao meio social e econômico do país, porém também enfrentou, como qualquer outra grande cidade, segue enfrentando vários desafios da habitação, segurança, saneamento, emprego, entre outros mais.

O crescimento de Brasília

Enquanto isso, a capital começava a ampliar sua economia própria. No ano de 1960, haviam 2. 160 estabelecimentos comerciais cadastrados, 684 para prestações de serviços e 349 fábricas.

No meio da década, o Plano Piloto já batia a margem de aproximadamente 90 mil habitantes, e outros por volta de 130 mil nas cidades-satélite, já haviam pequenas produções de abacaxi, arroz, banana, batata-doce, amendoim, laranja, milho, batata, tomate e alguns outros materiais, o grande destaque era a mandioca, chegando a 13,5 mil toneladas.

Já os rebanhos, estes totalizavam em torno de 26 mil unidades, entre elas, equinos, suínos, bovinos e ovinos. Haviam também aproximadamente 50 agências bancárias, com mais de dez milhões de cruzeiros disponibilizados em caixa, e uma rotação mercante de 75 milhões.

Ambas as redes rodoviárias e ferroviárias se encontravam bem adequadas em vista as obras da construção, mas estima-se que metade das rodovias seguiam sem pavimentação.

O aeroporto da capital catalogava 5 mil pousos. Fora os jornais criados pelo governo, o Correio Braziliense seguia como independente. Haviam inúmeras emissoras de rádio em ação, três de televisão, quinze agências dos correios e uma média de quinze mil linhas telefônicas instaladas.

Nessa época também já haviam oito hospitais, os quais dispunham de um total de 527 leitos, que eram acompanhados de 303 médicos, 146 enfermeiras e 115 auxiliares de saúde. Outro ponto a se observar é que a água encanada já estava a todo vigor no Plano Piloto, com mais de 380 km de redes de esgoto ao longo de seu território.

No decorrer de 1960, a própria existência da capital incentivou a ocupação do Centro-Oeste, ampliando o número de estradas, estimulando a agricultura e e criando-se novos municípios na região, uma ação que persiste até os dias atuais.

Na medida em que isso auxiliou a integração regional, se fez preciso o desmatamento de grandes áreas, com parcial dano ao meio ambiente. A manta de cerrado  do território do Distrito Federal diminuiu cerca de 7% do ano de 1954 ao ano de 1973, e as florestas perderam 4% de seu tamanho.

Uma parte muito importante da transformação das paisagens da grande capital foi a construção das muitas barragens voltadas ao abastecimento de água e o trabalho agrícola.

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